Título: O Passa-Paredes
Autor (a): Marcel Aymé
Editora: Francisco Alves
Coleção/Série: Mestres do Horror e da Fantasia
Período de Publicação: 1982
Arte da Capa: -
Ilustrador (a): -
Número de Páginas: 162
ISBN: -
Tradutor (a): Fernando Py
Título Original: Le Passe-Muraille
Ano da Primeira Edição: 1943
País: França
Público: Adulto
Gênero Literário: Contos
Tema: Ficção, Fantasia
Sinopse:
Coletânea de 10 contos de mistério e terror do escritor francês Marcel Aymé:
1. O Passa-Paredes (Le Passe-Muraille)
O primeiro assalto a que se entregou Dutilleul ocorreu num grande estabelecimento de crédito da margem direita do Sena. Tendo atravessado uma dezena de paredes a tabiques, penetrou em vários cofres-fortes, encheu os bolsos de cédulas e, antes de se retirar, assinou seu roubo com o pseudônimo de Garou-Garou, em letra de giz vermelho, numa rubrica muito bonita que foi reproduzida no dia seguinte em todos os jornais. Ao fim de uma semana, esse nome Garou-Garou conheceu celebridade extraordinária. A simpatia do público ia sem reservas para esse prestigioso assaltante que tão lindamente zombava da polícia. Ele se assinalava a cada noite por uma nova façanha, seja em prejuízo de um banco, seja em detrimento de uma bijuteria ou de um ricaço. Em Paris e na província, não havia mulher sonhadora que não tivesse o férvido desejo de pertencer de corpo e alma ao terrível Garou-Garou.
2. As Sabines (Les Sabines)
Possuindo o dom de ubiquidade (capacidade de estar em vários locais ao mesmo tempo), Sabine se desdobra em ser esposa de Lemurier e amante do jovem pintor Théorème. Para financiar seus gastos, também casa com um rico inglês, Burburry.
3. O cupom do tempo (Le carte)
Jules Flegmon cria o cupom do tempo e os tickets da vida.
4. O decreto (Le décret)
Uma viagem no tempo decreta o fim da Segunda Guerra Mundial.
5. O provérbio (Le proverbe)
Um homem ajuda seu filho a fazer um ponto.
6. Lenda poldava (Légende poldève)
Marichella Borboïé, uma mulher religiosamente fanática, odeia a boa vida que leva seu sobrinho Bobislas, vagabundo, ladrão e bêbado que vive entre más companhias. O rapaz é recrutado para a guerra e morre. No mesmo dia, Marichella também morre. Quando ela chega no céu, um arcanjo diz para ela aguardar sua vez na fila, já que os soldados mortos na guerra tem prioridade, e entre eles está o odiado Bobislas.
7. O cobrador de esposas (Le percepteur d’épouses)
Maridos retornam para pagar suas dívidas com suas esposas.
8. As botas de sete léguas (Les bottes de sept lieues)
Um par de botas mágicas permitem a um homem sair da pobreza.
9. O oficial de justiça (L’huissier)
Malicorne é um oficial de justiça. Apesar de não ser um homem bom, ele também não era necessariamente ruim. Certo dia, ele morreu enquanto dormia. Chegando no Céu, foi decidido que ele não podia entrar no Paraíso e nem no Inferno. Então, Malircone é enviado novamente à Terra para que possa fazer uma boa ação, para assim poder entrar no Paraíso. Malicorne retorna e começa então a distribuir dinheiro aos pobres e registrar suas boas ações num livro. Certo dia, ele assiste uma cena de brutalidade entre um amigo seu e uma pobre e inocente costureira. Ao defender a mulher, ele é assassinado pelo amigo. Ao chegar novamente ao Céu, Deus e São Pedro diz que ele fez uma boa ação, o qual Malicorne protesta dizendo que na realidade tinha feito "milhares" de boas ações. São Pedro discorda e diz que sua única boa ação foi defender a mulher, o que permitiu sua entrada no Paraíso.
10. Esperando (En attendant)
Na frente de uma mercearia, quatorze pessoas refletem sobre como a vida é dura durante a guerra.
Outras Informações:
O conto O Passa-Paredes foi adaptado pelo cinema francês em 1951, com o título Le Passe-Muraille.
Texto da Contra-Capa:
O primeiro assalto a que se entregou Dutilleul ocorreu num grande estabelecimento de crédito da margem direita do Sena. Tendo atravessado uma dezena de paredes a tabiques, penetrou em vários cofres-fortes, encheu os bolsos de cédulas e, antes de se retirar, assinou seu roubo com o pseudônimo de Garou-Garou, em letra de giz vermelho, numa rubrica muito bonita que foi reproduzida no dia seguinte em todos os jornais. Ao fim de uma semana, esse nome Garou-Garou conheceu celebridade extraordinária. A simpatia do público ia sem reservas para esse prestigioso assaltante que tão lindamente zombava da polícia. Ele se assinalava a cada noite por uma nova façanha, seja em prejuízo de um banco, seja em detrimento de uma bijuteria ou de um ricaço. Em Paris e na província, não havia mulher sonhadora que não tivesse o férvido desejo de pertencer de corpo e alma ao terrível Garou-Garou.
Texto da Orelha:
O Passa-Paredes compõe-se de dez contos publicados durante a ocupação alemã na Segunda Guerra Mundial. Numa época em que o escritor, para sobreviver, apelava não poucas vezes para a escamoteação da realidade, Aymé deu largas ao pendor para o fantástico e o alegórico, ironizando a crescente degradação do homem, a decadência de costumes e da sociedade francesa de seu tempo. Num sentido restrito, poderia ser chamado de puritano e conservador. Porém, se atentarmos bem verificaremos que seu puritanismo nada mais é do que a tentativa de manter-se íntegro diante de um mundo, de uma civilização que parecia desabar diante das “panzerdivisionen” alemãs. Neste livro de contos, Aymé aborda diversos temas essenciais à literatura de idéias: o da identidade pessoal em "As Sabinas", o da precariedade do tempo e sua manipulação em "O Cupom do Tempo", "O Decreto"; a mistura do fantástico ao real é cada vez maior, a ponto de serem abolidas as fronteiras entre um e outro, ou melhor, serem marcadamente fantásticas certas narrativas, como "O Oficial de Justiça". Em todos os contos insere-se o fantástico, quer seja no dom de atravessar sólidos, na história que dá título ao livro, quer na possibilidade de se multiplicar de Sabina, ou em pequenos detalhes como em "As Botas de Sete Léguas", cujo intenso lirismo o transforma num belo poema. Em outros, é o tom de lenda que predomina. "Lenda Poldava", "O Cobrador de Esposas", por exemplo Mesmo quando se restringe mais ao real, Aymé introduz aqui e ali pitadas de fantástico: "O Provérbio e "À Espera". Assim, Marcel Aymé se antecipou em muito à atual voga de literatura do realismo fantástico e é justo que deixe agora seu quase total esquecimento para ser relido e reavaliado com interesse pelo público brasileiro.
SOBRE O AUTOR:
Marcel Aymé nasceu em 29 de março de 1902 na cidade de Joigny, na França. Irmão mais novo de uma família de seis filhos, ficou órfão da mãe com a idade de dois anos e foi criado por seus avós maternos. Após o serviço militar prestado entre 1919 e 1923, Marcel muda-se para Paris, onde trabalho em vários ramos: funcionário de banco, agente de seguros, jornalista. Recuperando-se de uma doença, Marcel começou a escrever seus três primeiro livros: Brûlebois (1926), Aller-retour (1927) e La table aux crevés (1929). Mas foi somente em 1933 que ele alcançou o sucesso com o livro La jument verte. Ele também escreveu livros infantis, roteiros de cinema e peças de teatro, além de ter traduzido vários livros norte-americanos para o francês. Ele morreu em 14 de outubro de 1967, na cidade de Paris (França).
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