Ciro Vieira da Cunha - NO TEMPO DE PAULA NEI (Editora Saraiva, Coleção Saraiva)



Título: No Tempo de Paula Nei
Autor (a): Ciro Vieira da Cunha [lista]
Editora: Saraiva
Coleção: Saraiva (Nº 25) [lista]
Período de Publicação: 1950
Número de Páginas/Capítulos: 200 páginas
ISBN: -
Arte da Capa: Nico Rosso
Ilustrador (a): (Não há)
Edição Original: No Tempo de Paula Nei, 1950, Brasil, Editora Saraiva
Edições: 1ª (1950)







ORELHA:



contracapa
A Coleção Saraiva que popularizou a biografia de Emílio de Menezes, o último boêmio, feita pelo escritor cearense Raimundo de Menezes, desejando repetir o êxito lança agora a biografia de Paula Nei, o mais famoso boêmio do Brasil, contemporâneo do sonetista sarcástico dos "Deuses em Ceroulas". As últimas décadas do século passado, no Rio de Janeiro, tiveram um brilho invulgar, e, portanto, apresentam para as novas gerações um encanto particular, um pitoresco atrativo. Nessa época tranquila - apesar das transformações políticas e sociais que se estavam produzindo - nas esquinas da rua do Ouvidor ou na Confeitaria Pascoal, reunia-se uma plêiade de homens talentosos, que faziam uma espetacular exibição de espírito, finura e graça... No decorrer das tardes vagarosas, iam jorrando sem interrupção, versos, epígramas, anedotas, piadas, paradoxos, sátiras, trocadilhos... Os forasteiros provincianos ficavam pasmados ante aquela apoteose de intelectualidade, em que a parte material não era desdenhada, pois boas bebidas e comidas iam mantendo o fogo sagrado... Ciro Vieira da Cunha, nesta obra, não faz apenas a biografia de Paula Nei, mas oferece-nos também a história de uma geração, que, no Rio, participou da Abolição e da proclamação da República. Uma série de acontecimentos do tempo são evocados: a estada de Sarah Bernhardt no Rio, o incêndio do pecaminoso Ravot, o martírio da escrava Joana, uma sessão de júri num teatro de revista, os ataques a Patrocínio - a chicote e em verso... - a fundação de uma Academia de Letras, rival da casa de Machado de Assis, as gozadas revistas teatrais de Artur Azevedo, etc... Os comícios frementes da propaganda abolicionista e republicana, e as dificuldades para a solidificação da República, são também recordados nas páginas vivas de NO TEMPO DE PAULA NEI que reconstitui para nós uma época interessante de nossa História. Figuras que hoje estão na galeria das celebridades e no panteão dos imortais, ressurgem na obra de Ciro Vieira da Cunha, muito naturalmente, muito humanamente, ainda sem mostrarem a coroa de louros, e a auréola da glória... Sarah Bernhardt, José do Patrocínio, Medeiros e Albuquerque, Pardal Mallet, Olavo Bilac, Artur Azevedo, Osvaldo Cruz, e uma coorte de artistas, literatos, boêmios e políticos, fixam-se para sempre em nossas retinas. Foram esses tempos plenos de frivolidade, de confusão, e de cançonetas, e os homens graves sobre eles lançam a sua condenação. Mas nestes nossos dias apreensivos de impasses e bomba atômica, não valerá a pena recordar esses tempos risonhos, quase paradisíacos?

O escritor Ciro Vieira da Cunha, que revive a figura insinuante e original de Paula Nei, está radicado no Espírito Santo, onde desenvolve intensa atividade intelectual. Premiado várias vezes em concursos literários, Ciro Vieira da Cunha teve também galardoado, pela Academia Brasileira de Letras, o seu livro NO TEMPO DE PAULA NEI.



OUTRAS INFORMAÇÕES:


O livro traz a biografia do poeta e jornalista cearense Francisco de Paula Nei (1858-1897), que viveu e trabalhou no Rio de Janeiro na época conhecida como Belle Époque (expressão francesa que significa "Bela Época", e designa um período de tempo marcado por profundas transformações culturais). Boêmio, Paula Nei foi uma figura marcante no Rio de Janeiro e fez parte de uma geração de escritores que se encontravam em confeitarias, entre eles, Olavo Bilac, Coelho Neto, José do Patrocínio, Paral Mallet, Artur Azevedo, Luís Murat e Guimarães Passos. O livro também traz um panorama da cidade do Rio de Janeiro dessa época.

Além dessa biografia, pode ser encontrado outro livro sobre a vida de Francisco de Paula Nei. Escrito por Raimundo de Menezes, A Vida Boêmia de Paula Nei, foi lançado em 1944 pela editora Martins. Além disso, Paula Nei era um homem muito inteligente e suas piadas eram famosas. Muitas dessas piadas foram editadas no livro 100 Piadas de Paula Nei, também de Ciro Vieira da Cunha, lançado em 2001 pela editora Galo Branco.

Essa edição da coleção Saraiva é a única publicada no Brasil, lançada a mais de 60 anos [63 anos em julho de 2013].

O livro ganhou em 1949 o Prêmio Carlos de Laet, da Academia Brasileira de Letras.

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