Orígenes Lessa - A DESINTEGRAÇÃO DA MORTE (Editora Moderna, Coleção Veredas)

Capa 1985 a 1999
Autor (a): Orígenes Lessa
Editora: Moderna
Coleção/Série: Veredas
Período de Publicação: 1985 a 1999, 2003 a 2005
Arte da Capa: José Carlos Martins (1985-1999)
Ilustrador (a): Sérgio Corrêa de Jesus (1985-1999)
Número de Páginas: 76 (1985-1999) e 112 (2003-2005)
ISBN: 85-16-00083-4 (1985-1999) e 85-16-03486-0 (2002-2005)
Tradutor (a): -
Título Original: A desintegração da morte
Ano da Primeira Edição: 1948
País: Brasil
Público: Adulto e Juvenil
Gênero Literário: Novela
Tema: Ficção Científica, Apocalipse, Catástrofe, Morte, Fim da Morte, Indústria da Morte, Ética


Capa 2003 a 2005
















 Sinopse:

O que seria da vida se não existisse a morte? Sem a morte, como ficariam nossos valores, como amor, fidelidade, religião, justiça, solidariedade? Durante 35 anos, essa foi a maior indagação do professor Klepstein. O cientista trabalhara assiduamente na desintegração da morte, e agora, contemplava o impossível em seu laboratório: ele conseguiu inventar um processo que impede que as pessoas morram. Mas, logo Klepstein percebe que a ausência de morte é algo terrível para a humanidade, pois toda a organização social se centralizava no fato de que um dia morreríamos. Milhares de pessoas abandonam empregos, as pessoas se dopam para dormir, feridos e acidentados sobrevivem milagrosamente, uma série de transformações complexas vão acontecendo em muitos setores, como indústrias, hospitais, quartéis e sedes de governo.

Os casamentos começam a declinar e aumentam os pedidos de divórcio. O casamento não consegue existir sem a morte. O que mantinha a instituição "família" não eram os filhos, a covardia, o amor ou o conformismo, mas o medo de morrer solitário e moribundo, esquecido num quarto qualquer. Também, o preconceito, as convenções, a educação e os princípios religiosos, sobretudo o temor ao inferno contribuía para as uniões estáveis dos casais que se refugiavam na esperança de um dia morrerem aos cuidados de outrem e ficarem todos bem e resignados diante da fatalidade da vida, sucessivamente de geração em geração para todo o sempre.

Com o fim da morte, acaba-se o lucratico mercado da indústria da morte. Cemitérios, serviços funerários e principalmente laboratórios fabricantes de remédios e vacinas não tem mais o que oferecer a população. Um profeta, Lucatelli, surge prometendo a morte à multidões, que marcham para se atirarem em vulcões, mas poucos dias depois essas mesmas pessoas voltavam transformados em monstros queimados e mutilados, já que mesmo nas entranhas vulcânicas da Terra, a vida continuava para esses imortais. A única indústria que prosperava nesse caos era a de bebidas alcoolicas, mas com isso aumentava também dos distúrbios sociais, a violência e a criminalidade. Com o fim da promessa de vida eterna pregada pelas religiões, elas se organizam então em busca da morte. Em seus altares, não existem mais os santos de outrora. Em seus lugares novas entidades se erguiam: os antigos tiranos, como Hitler, Jack Estripador, Mengele, Goering e Lampião, tomam os lugares dos santos nos altares como os mártires da morte.

Cientistas do Leste Europeu começam a trabalhar numa fórmula para a reintegração da morte, trazendo uma clarão de esperança a humanidade. Milhares de voluntários se apresentam para testes na União Soviética. Assim inicia-se novamente na Terra a busca de empresas para o monopólio da indústria da morte, dessa vez para procurar o milagre de morrer.


SOBRE O AUTOR:

Orígenes Lessa nasceu em 12 de julho de 1903 na cidade de Lençóis Paulista, estado de São Paulo, Brasil. Filho de Vicente Themudo Lessa, historiador, jornalista e pastor protestante pernambucano, e de Henriqueta Pinheiro Themudo Lessa. Em 1906, foi levado pela família para São Luís (no estado do Maranhão), onde cresceu até os nove anos, acompanhando a jornada do pai como missionário. Da experiência de sua infância resultou o romance Rua do Sol (1955). Em 1912, voltou para São Paulo. Aos 19 anos, ingressou num seminário protestante, do qual saiu dois anos depois. Em 1924, transferiu-se para o Rio de Janeiro. Separado voluntariamente da família, lutou com grandes dificuldades. Para se sustentar, dedicou-se ao magistério. Completou um curso de Educação Física, tornando-se instrutor de ginástica do Instituto de Educação Física da Associação Cristã de Moços. Ingressou no jornalismo, publicando os seus primeiros artigos no jornal O Imparcial. Em 1928, matriculou-se na Escola Dramática do Rio de Janeiro, dirigida, então, por Coelho Neto, objetivando o teatro como forma de realizar-se. Ainda em 1928, voltou para São Paulo, onde ingressou como tradutor no Departamento de Propaganda da General Motors, ali permanecendo até 1931. Em 1929, começou a escrever no jornal Diário da Noite de São Paulo e publicou a primeira coleção de contos, O escritor proibido. Seguiram-se a essa coletânea Garçon, garçonnette, garçonnière (1930) e A cidade que o diabo esqueceu (1931). Em 1932, tomou parte ativa na Revolução Constitucionalista, durante a qual foi preso e removido para o Rio de Janeiro. No presídio de Ilha Grande, escreveu Não há de ser nada (1932), reportagem sobre a Revolução Constitucionalista, e Ilha Grande (1933), jornal de um prisioneiro de guerra , dois trabalhos que o projetaram nos meios literários. Nesse mesmo ano ingressou como redator na N. Y. Ayer & Son, atividade que exerceu durante mais de quarenta anos em sucessivas agências de publicidade. Voltou à atividade literária, publicando a coletânea de contos Passa-três (1935) e, a seguir, a novela O joguete e o romance O feijão e o sonho (1938), obra que conquistou o Prêmio Antônio de Alcântara Machado e teve um sucesso extraordinário. Em 1942 mudou-se para Nova York para trabalhar no Coordinator of Inter-American Affairs, tendo sido redator na NBC em programas irradiados para o Brasil. Em 1943, de volta ao Rio de Janeiro, reuniu no volume Ok, América (1945) as reportagens e entrevistas escritas nos Estados Unidos. Deu continuidade à sua atividade literária, publicando novas coletâneas de contos, novelas e romances. A partir de 1970, dedicou-se também à literatura infanto-juvenil, chegando a publicar, nessa área, quase 40 títulos, que o tornaram um autor conhecido e amado pelas crianças e jovens brasileiros. Foi casado com a jornalista e cronista Elsie Lessa, sua prima-irmã, com quem teve um filho, Ivan Lessa. Também foi casado com Edith Thomas, com quem teve outro filho, Rubens Lessa. Na ocasião de sua morte, estava casado com Maria Eduarda Lessa. Ele morreu em 13 de julho de 1986 na cidade do Rio de Janeiro (estado do Rio de Janeiro) e foi sepultado em sua cidade natal, Lençóis Paulista.

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